sábado, junho 03, 2006

"É nestas terras ermas que se encontra o mundo(...)"

Nas montanhas do desprezo
Nas terras da solidão
O mundo é muito mais belo do que em qualquer outro lugar

Nessas ondas verdes do nada
O tudo se torna absoluto sem razão

E eu ignoro o mundo que não há
Por não haver em mim lugar para ele.

1 Indiscrições:

Blogger mess cuspiu...

bem.. como ja te tinha dito gostei deste, pela simplicidade da forma, aliada à riqueza do conteúdo. numa perspectiva de análise de poemas, faz-me pensar que o complexo nao se traduz necessariamente em melhor ou mais rico.. este teu poema atesta isso a toda a prova..
identifiquei-me, por isso, de uma forma espontanea, com o que escreveste, como acho q mais pessoas se identificaram ou identificarão. pela forma, como ja disse, realçada por estas letras garrafais que instauram um tom de seriedade e irrefutabilidade naquilo que escreveste, o que não deve ser confundido com arrogância - eu interpretei como um grito sim, mas não de quem ordena, antes de quem clama a merecida atenção;
pelo conteúdo, independentemente da tua (e naturalmente correcta) interpretação, (re)vi no poema muitos dos momentos em que me encontrei algo desfasado e desenquadrado da minha realidade, ou da minha cultura, q no fundo nao sao minhas por opção, mas (infinitamente) mais por imposição. para mim definitivamente nao ha lugar no mundo que (para mim) nao há. haverá em outros, onde quem tem lugar naquele(s) que eu não tenho, não encontra "cadeira pra se sentar".. ;) e onde sei que também não estou sozinho, assim como tu logicamente não estás.
*

junho 04, 2006 2:43 da manhã  

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