sábado, março 12, 2005

Batalha Ou Morte



As nuvens entornam-se em degelo.
Os meus ares trovejam.
Tudo o que me julgam e arbitram ser eu cai
aos pés de um dos deuses do meu altar,
que premonitoriamente me pisam
na predestinação do mundo para o caos.

O meu sangue desfaz-se na saliva
dos condenados, que rodopiam
e estremecem no fim de tudo.

Porque o tudo nasceu de mim
e eu nasci do nada,
onde tudo será eu nesse final.
Nesse final de dia
em que o meu corpo crepuscular entra
por entre a chuva ácida que o eternifica.
Por entre a iniciação de um embrião novo
Que bóia ondulado à salvação.

O aço fura e corta e dói
Onde o nada toca e não podia doer.
Os trombones da retirada sabem-me
a mel nos dentes e nas mãos.
O vento de fumo e de gritos
Leva os restos de mim ao relento.

Mas eu vivo no fogo da minha perdição,
eu empunho a minha espada por mim dentro
e degolo quem me mata,
quem me revolve à destruição,
quem me silencia as palavras de amor e de vida,
de amor pelas florinhas e ervinhas do campo.

Que me contornam a sepultura.


primeiros versos soltos no meio da rua do alportel
por volta das três

dia 11 de março
...
continuo à espera

2 Indiscrições:

Anonymous Anónimo cuspiu...

pois é, a minha poetisa com mais uma obra sua. Digamos que está assim algo cruel, mas nao deixa de estar lindo. Uma poesia fatal, mas que de toda a forma, também me foi fatal ao ler... Adoro estas tuas obras ;) ************

março 12, 2005 7:44 da tarde  
Blogger M cuspiu...

espero bem k tenha sido mmo

março 12, 2005 9:52 da tarde  

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