domingo, março 06, 2005

Asas


No ínfimo silêncio da noite
eu grito à multidão
que, louca de solidão,
sopra cheiros de morte
à aragem vazia.
De que servem olhos que não vêem?
Corações que não sentem?
Almas que não sofrem?
Já eu,
abrindo as minhas asas no fumo agreste,
nem que chovam fogo e agulhas
deixo de voar em queda livre.
Para voltar a cair
no ínfimo silêncio da noite.
Que me aperta.
Que me sufoca.
Que me depena.
Dedo a dedo.
Grito à multidão louca
no vazio da morte
e da pouca vida que renasce em mim
quando abro as minhas asas molhadas
ao fumo agreste.

2 Indiscrições:

Anonymous Anónimo cuspiu...

Espero sinceramente que este teu post seja o primeiro de muitos, porque independemente de ser teu amigo, acho, de facto, que levas muito jeito para a coisa ;)

Quanto ao poema em si, acho que só tu o sentirás na íntegra e saberás realmente o seu significado. Ainda assim, arrisco um comentário, e já agora entrando na onda metafórica... ;)
Essas asas são a mais preciosa das espadas, perfuram aço, tombam gigantes e sustentam corações desritmados. Não deixes de voar... ;)

março 06, 2005 1:08 da manhã  
Anonymous Anónimo cuspiu...

Bem, não vou ser tão profunda como o Mess, até pk já conhecia o poema, vim só repetir que o acho muito fixe, mesmo sem o dissecar e me atrever a tentar descobrir o que quererias tu dizer com aquilo, porque não havia de ver o que tu viste.
A propósito do blog em si já não era sem tempo que arranjavas para onde vomitar as tuas alucinações :P

março 06, 2005 10:00 da tarde  

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